Desperto Sou o início e o meio Nasce e escorre por mim Por mim, através de mim Vem até mim Queima frio, uma chama congelada Pela certeza do impossível Pra quê se aproximar? Cerro meus olhos O descanso dos culpados Um sono paralisado Pelo medo? Pelo medo De mim ele nasce Mas filho ele não é Xilogravura que imprime Minhas fraquezas e incertezas Talhado na carne Meu corpo bombeia o ar E não o vê Seu corte não há sangue Deixa as marcas As amarras Os nós desatinos E do meu infinito Nasceu meu finito